Vantagem Competitiva no Segmento de Moldes e Estampos

Este é o meu primeiro artigo dirigido para o público do segmento de moldes e estampos, publicado na Revista Ferramental, edição n. 33, de jan-fev de 2011, a convite do seu editor Christian Dihlmann.

Trata-se de um esforço para fazer convergir dois públicos que, no Brasil, ainda se encontram distantes: o acadêmico e o empresarial.

Algumas das barreiras são o método e a linguagem.

Para o meio acadêmico, o artigo talvez seja considerado "pouco científico". Uma das críticas recebidas foi de que neste trabalho o "Ricardo-Consultor" falou mais alto do que o "Ricardo-Pesquisador"

De fato, o artigo deve ser lido com a ressalva feita pelo meu orientador do mestrado de que "é preocupante fazer afirmações sobre o segmento de ferramentarias como se fossem verdades comprovadas. Há sempre um juízo de valor nas opiniões emitidas por empresário, que embora conheça o setor, não têm suficiente credibilidade e significância científica para isso. O pesquisador tem que buscar o distanciamento e partir do princípio que, mesmo tendo atuado no segmento, conhece muito pouco dele enquanto focado por meio da administração estratégica." O método resolve isso.


Nas empresas, o artigo talvez seja considerado "acadêmico demais", com várias referências bibliográficas e linguagem "empolada".

Na verdade, ambas as colocações têm procedência. Afinal, o "ajuste fino" não é fácil e a distância entre esses dois mundos ainda é muito grande.

Propositadamente eu antecipei "achados" do campo da pesquisa que estou realizando, sem a submissão ao crivo do método de análise de conteúdo (BARDIN, 1977), adotado no meu projeto de pesquisa.

Mas resolvo esse dilema ao deixar claro que a intenção aqui foi a de apenas introduzir a abordagem da Research Based Theory (RBT), com algumas aplicações, como um contraponto à visão predominante oriunda da Nova Organização Industrial (N O/I), trazida por Porter (1979, 1980, 1985) aos estudos sobre estratégia, e que invadiram as escolas de MBA e o empresariado local, sem contestação.

E por falar em contraponto, o artigo que escrevi explicita diferenças importantes quando comparado com duas reportagens também publicadas em jan-fev de 2011, na Revista UsinagemTech, em sua edição n. 2.

A primeira reportagem (p. 06-11) trata do avanço da China no mercado mundial de moldes e matrizes.

A segunda reportagem (p. 12-15)aborda o problema da queda da demanda da indústria automobilística na aquisição de moldes e estampos.

Finalmente, ambos os públicos (acadêmico e empresarial) avocam para si a ascendência sobre o outrem, sem considerar que a relevância e a contribuição da pesquisa social aplicada se dá a partir da simbiose do rigor científico com a realidade da vida das empresas.

Disse um amigo meu que eu quero virar um "anfíbio". Exatamente. Desta forma, acredito que terei algo a contribuir na análise e compreensão dos problemas efervescentes da indústria de tranformação brasileira, com propriedade científica, mas fazendo-me entender junto ao público que "põe a mão na massa", os empresários.

O caminho é longo, mas necessário.

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